sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Um pouco de música literária: O Teatro Mágico

Para quem nunca ouviu falar, "O Teatro mágico" é um grupo musical, uma trupe circense, um projeto maravilhoso onde a poesia e a música se unem para formar algo mágico e perfeito. O grupo se apresenta pelo Brasil inteiro, fazendo performances maravilhosas, onde há um pouco do circo, um pouco da sociologia e filosofia, um pouco de arte e muito sentimento. Você pode até se perguntar porque estou escrevendo um post sobre um grupo musical, além de um livro, mas eles são pura poesia, literatura e críticas sociais. Não há como descrever o que se sente a ouvir suas músicas e as letras.
 
Pois bem, o grupo vende seus CDS a preços "de banana"(10 reais) e também o disponibilizam na Internet para download. Não possuem gravadora, lançando seus projetos de forma independente e bem artística. Não estão interessados em fama, apenas em levar um pouco de arte e informação para a população. Considerando tudo, eles são perfeitos.

Separei algumas trechos de musicas de "O teatro mágico" para que percebam do que estou falando:


"O palhaço pena
Quando cai o pano e o pano cai
A porcentagem e o verso
Rifa, tarifa e refrão
Talento provado em papel moeda
Poesia metamorfoseada em cifrão" (Pena)

"Um tanto disperso
As vezes desapareço
Pois depois recomeço
Mas antes me esqueço" (Sina Nossa)

"Enquanto pessoas perguntam por que, outras pessoas perguntam por que não?
Até porque não acredito no que é dito, no que é visto.
Acesso é poder e o poder é a informação.
Qualquer palavra satisfaz.
A garota, o rapaz e a paz quem traz, tanto faz.
O valor é temporário, o amor imaginário e a festa é um perjúrio.
Um minuto de silêncio é um minuto reservado de murmúrio, de anestesia.
O sistema é nervoso e te acalma com a programação do dia, com a narrativa.
A vida ingrata de quem acha que é notícia, de quem acha que é momento, na tua tela querem ensinar a fazer comida uma nação que não tem ovo na panela que não tem gesto, quem tem medo assimila toda forma de expressão como protesto." (Xanel n° 5)

"Falta tanta coisa na minha janela como uma praia
Falta tanta coisa na memória como o rosto dela
Falta tanto tempo no relógio quanto uma semana
Sobra tanta falta de paciência que me desespero
Sobram tantas meias verdades que guardo pra mim mesmo
Sobram tantos medos que nem me protejo mais
Sobra tanto espaço dentro do abraço
Falta tanta coisa pra dizer que nunca consigo." (Sobra tanta falta)

"O "post" é voz que vos libertará.
Descendentes tantos insurgirão.
A arma, o réu, o véu que cairá.
Cravos e Tulipas bombardeiam,
Um jardim novo se levantará.
O Jasmim urge do solo sem medo."(Amanhã...Será?)

"Eu não sei na verdade quem eu sou
já tentei calcular o meu valor
Mas sempre encontro sorriso e o meu paraíso é onde estou
Por que a gente é desse jeito?
criando conceito pra tudo que restou" (Eu não sei na verdade quem eu sou)

"Felicidade?
Disse o mais tolo: - felicidade não existe
O intelectual: - não no sentido lato
O empresário: - Desde que haja lucro
O operário: - sem emprego? Nem pensar
O cientista: - Ainda será descoberta
O místico: - Está escrito nas estrelas
O politico: - No poder
A igreja: sem tristeza, impossível, amém
  O poeta, riu de todos e por alguns minutos foi feliz." (Felicidade)

"Homem de pedra, de pó, de pé no chão
  Não habita, se habitua
  Não habita, se habitua
  Não habita, se habitua
  Não habita, se habitua" (Cidadão de Papelão)



Site oficial: http://oteatromagico.mus.br/ 

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