domingo, 9 de setembro de 2012

Bonequinha de luxo - Dose dupla


Assisti o filme "Bonequinha de luxo" na sexta. Em dois dias li a novela de Truman Capote e agora posso dizer, toda essa obra é uma fofura.

O LIVRO

Escrito por Truman Capote, um visionário na literatura jornalística, "Breakfast at Tiffany's" (ou Bonequinha de Luxo em português) conta a história de Holly Golightly pela visão do narrador, seu vizinho escritor. Após se mudar para o prédio, ele conhece a moça e se encanta pela sua peculiaridade e por sua beleza. Ela sente-se sozinha a maior parte do tempo e tem o vizinho como companhia quando não estava com seus acompanhantes, consideranso-o um amigo. Em meio a muitas confusões e desentendimentos, os dois se gostam de uma maneira simples, mas não tão profunda.

Interessante também foi perceber quem em hora nenhuma nosso pobre narrador teve seu nome revelado. Foi chamado apenas de "Fred", por ser parecido com o irmão de Holly e muitas vezes comparado de forma sutil com o gato. O  final é a melhor parte da novela: diferente do filme, menos hollywoodiano e mais poético. Outros motivo para lê-la também é que a partir da aparição de José, o brasileiro com quem Holly tem um relacionamento, o Brasil é citado várias vezes. É interessante ver a visão estrangeira do Brasil nas décadas de 50/60.

O livro é escrito de uma maneira simples, a leitura é rápida, a história é gostosa de se ler. Holly é complexa e sonhadora ao extremo com seus 19 anos, o narrador paciente demais. A obra pode ser lida de uma vez só, mas não chega nem aos pés de outra obra do autor:  "A sangue frio". Claro que este livro possuiu razões diferentes para ser escrito  e é um outro gênero de escrita, mas mesmo assim é superior. 






O FILME

Não tem como falar do livro, sem comentar o filme. "Bonequinha de luxo" pode ser resumido a uma pessoa "Audrey Hepburn". Nunca vi nenhuma adaptação cinematográfica ter a personagem principal tão fiel ao livro. A descrição física, psicológica e emocional de Holly foram seguidas a risca.
"...seus cabelos de garoto, loiros, com veios castanhos-claros e faixas de amarelo-palha... era uma noite quente e ela estava com um vestido preto, ligeiro e elegante, sandálias pretas e gargantilha de pérolas.Apesar da magreza sofisticada, tinha um ar de saúde mantida à base de cereais no café-da-manhã, um frescor de limpeza feita com sabonete e limão, um viço rosado e rústico nas bochechas.A boca era larga; o nariz, arrebitado.Um par de óculos escuros obliterava os olhos.Era um rosto para lá da infância, mas para cá de mulher..."
Já a história teve algumas mudanças os adicionais como a parceira de Paul (o vizinho que agora tem um nome) e a mudança do objeto ganhado por Holly da Tiffany's". Até aí tudo bem, mas acabaram com o final verdadeiro. Não que eu não tenha gostado, adoro finais romântico, mas talvez pelo temperamento da personagem pudessem ter mantido o original. Mas quem sou eu para criticar um dos maiores clássicos do cinema? 

Escondendo um pouco minhas implicâncias, demorei para ver o filme por medo de ser monótono mas descobri um dos melhores filmes românticos existentes. Como disse anteriormente é tudo muito meigo e independente de ser o filme preferido de Blair (para quem não sabe é a personagem irritante de Gossip Girl que me fez abandonar a série), o filme merece muito ser visto.

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