sábado, 13 de outubro de 2012

O meu pé de laranja lima



Zezé é um menino muito sapeca. Com seus cinco anos, ele consegue deixar todo mundo maluco com suas confusões que envolvem morcegos, cobras feitas de meia e roubos de goiabas. Recebe muitas surras, em excesso, é culpado por tudo e considera a si próprio um diabinho. Mas não podemos definir o menininho só por isso. Um pouquinho atentado, sim ele é, mas também é extremamente criativo, carinhoso, bondoso, sensível. Um menino inteligente, que já sabe ler,  é adorado pelas professoras, e que conquista amigos aonde vai. Ele possui um carinho todo especial por seu pé de laranja lima, com o qual conversa e tem uma afeição muito grade. A árvore é confidente, amigo, ás vezes um brinquedo. Mais do que tudo, ela é o refúgio de Zezé

"O meu pé de laranja lima" é um livro brasileiro, simples, tocante.  Mostra a desigualdade social existente no Brasil, a falta de oportunidade para as crianças e os adultos, a falta de paciência dos pais em momentos difíceis e como uma criança sensível age diante de tudo isso. Zezé sofre calado muitas vezes, é só encontra conforto no seu pé de laranja lima e mais tarde no seu novo amigo. 

Chorei, ri e me emocionei muito. Agradeço a José Mauro de Vasconcelos por o ter escrito algo tão puro e tão bem escrito que você sente tudo o que Zezé sente.  Como exemplo, a minha parte preferida do livro:

"Deixei ele sentado lá e fui reinar. Descobrir coisas. Como era lindo aquele pedaço de rio. Molhei os pés e vi um mundo de sapinhos pra lá e pra cá na correnteza. Fiquei vendo a areia, os seixos e as folhas sendo puxados pela correnteza. Me lembrei de Glória.

"Deixa-me, deixa-me, fonte!
Dizia a flor a chorar: Eu fui nascida no monte...
Não me leves para o mar.

E a fonte, rápida e fria,

Com um sussurro zombador,
Por sobre a areia corria,
Corria levando a flor.

Ai, balanços do meu galho,

Balanços do berço meu;
Ai, claras gotas de orvalho
Caídas do azul do céu!..."


Glória tinha razão. Aquilo era a coisa mais bonita do mundo. Pena que eu não pudesse contar pra ela que vira a poesia viver. Não era com flor, mas com uma porção de folhazinhas que caíam das árvores e iam embora para o mar. Será que o rio, esse rio vai também pro mar?... "

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